A rede da concessionária naturalmente possui uma variação no valor eficaz da tensão devido à quantidade e ao tipo de cargas conectadas na rede, às distâncias entre o ponto de fornecimento e a unidade consumidora e entre outros fatores. Entretanto, há limites para esta variação estabelecidos pela norma NBR-16149:2013.
O QUE DIZ A NORMA NBR-16149:2013?
A NBR-16149:2013 diz respeito às características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição de sistemas fotovoltaicos. No tópico 5.2.1 – Variação de tensão, estabelece que os inversores fotovoltaicos devem parar de injetar potência ativa quando detectada uma tensão acima ou abaixo do esperado durante o período citados na tabela 2. O tempo máximo de desligamento tem por objetivo evitar desconexões desnecessárias de curta duração.
Tabela 2 - Resposta às condições anormais de tensão
Tensão no ponto comum de conexão |
Tempo máximo de desligamento |
V < 80% |
0,4 s |
80% < V < 110% |
Regime normal de operação |
110% < V |
0,2 s |
Por outro lado, o inversor deve permanecer conectado a fim de monitorar a normalização das grandezas e assim, retomar a geração de energia elétrica.
Há ainda uma nota para que se leve em consideração a queda de tensão entre o ponto comum de conexão e os terminais do inversor. Contudo, é importante certificar-se sobre os tópicos abaixo, antes de considerar esta queda de tensão.
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TENSÃO ELEVADA NO PADRÃO DE ENTRADA
No Brasil, nem sempre se recebe uma tensão padronizada da rede elétrica, já que em alguns locais as casas são distantes, como é o caso da zona rural, ou há muitas unidades consumidoras para um mesmo transformador. Assim para compensar os efeitos de queda de tensão, a concessionária aumenta a tensão para que todos recebam o valor mínimo da nominal. Deste modo, os consumidores mais próximos recebem uma tensão mais elevada.
Neste caso, deve-se verificar com a concessionária a possibilidade de ajuste do TAP do transformador. Caso não tenha possibilidade, como ocorre na zona rural, pode-se recorrer ao ajuste de tensão.
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IMPEDÂNCIA ELEVADA
A impedância é a grandeza elétrica que mensura a capacidade de um circuito resistir ao fluxo de corrente elétrica. Na corrente contínua, equivale à resistência. Já na corrente alternada, há dois outros fatores a serem considerados, capacitância e indutância. Deste modo, por meio da primeira lei de Ohm, constata-se que quanto maior a impedância e/ou a corrente, maior será a tensão. Alguns aspectos da instalação elétrica resultam no aumento de impedância:
- Longas distâncias entre o inversor e a rede da concessionária, caso não sejam consideradas durante o dimensionamento dos cabos. Nos manuais de nossos inversores é indicada a máxima distância, bem como as especificações dos cabos que devem ser utilizados.
- Conexões ruins ou falta de torque ou revisão na instalação.
- Cabos com secções transversais subdimensionadas.
O trecho com alta impedância pode ser isolado e detectado por meio de medições em pontos estratégicos: padrão de entrada, quadro geral e conector de corrente alternada do inversor. Se a diferença entre a primeira medição e a subsequente for elevada, sabe-se que naquele trecho pode haver algum dos problemas mencionados acima.
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VÁRIOS INVERSORES EM UM ÚNICO PONTO DA REDE
Em alguns sistemas, os instaladores optam por colocar mais de um inversor na mesma fase. Isso pode “desbalancear” a rede e aumentar a tensão. Assim, é necessário considerar a capacidade de alocação de cada fase e distribuí-los.
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